Investidores precisam ter uma visão de longo prazo em relação aos retornos dos mercados privados, pois os veículos de investimento ficam geralmente bloqueados durante vários anos, e o desempenho só pode ser realmente avaliado depois de que a maioria dos investimentos tenha saído e os retornos foram realizados, o que pode levar algum tempo. Mas em compensação, os investidores terão a possibilidade de gerar retornos atrativos ajustados ao risco. Ao longo das últimas décadas, os investimentos em estratégias do mercado privado se sobressaíram com uma margem significativa em comparação com investimentos em títulos e ações negociados publicamente (confira fig. 3 e fig 4). Em uma base de retorno ponderado pelo tempo, a private equity global registrou retornos médios anuais de 13,1% entre 2001 e 22, significativamente mais alto que os 5,8% de retornos alcançados pelas ações globais negociadas publicamente. O empréstimo direto teve um retorno de 9,3% contra 3,2% para títulos globais, enquanto o mercado imobiliário privado e a infraestrutura privada tiveram retornos médios de 9% e 7,9%, respectivamente.
Mas para medir o desempenho nos mercados privados, os investidores usam geralmente outras métricas, inclusive a taxa interna de retorno (TIR) e múltiplos do retorno.
A TIR avalia o timing e o volume dos fluxos de caixa e os usa para fatorar o valor do dinheiro no tempo. Usando um ângulo diferente, os múltiplos podem fornecer uma medição absoluta de quanto retorno é criado durante um certo período de tempo. Dois dos principais múltiplos são a rácio Distributed To Paid-In (DPI) que mede as distribuições em relação ao capital investido, e a rácio Total Value Paid-in (TVPI) que mede o valor de todos os investimentos realizados e não realizados em relação ao capital investido.
Para comparar as TIRs com os retornos do índice público, precisamos levar em conta o timing dos fluxos de caixa. Precisamos então fazer um cálculo de retorno, chamado de equivalente do mercado público, ou public market equivalent (PME), que mede a agregação de valor pelo gestor e permite que o desempenho seja avaliado em relação a classes de ativos líquidas.